Olá a Todos!
Peço desculpa a todos por só estar agora a divulgar esta informação agora e obrigada aqueles que me avisaram.
Finale ira ser lançado em português dia 4 de outubro!
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Troca/Venda de Livros
Olá a Todos!
O blog A Galáxia dos Livros encontra-se disponível para venda e troca de livros entre eles o primeiro livro da saga Hush Hush em inglês. Para aceder ao blog basta carregar AQUI
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Temos mais um afiliado! O blog é recente e é sobre a saga Trylle de Amanda Hocking. Para acederem ao blog basta clicar na imagem abaixo
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quarta-feira, 10 de julho de 2013
Novo Afiliado!
Olá a Todos!
O blog tem mais um afiliado. Chama-se Sinfonia dos Livros e pertence à Vera Neves que promete falar sobre livros (incluindo Hush Hush) e muito mais. Para acederem ao blog basta clicar na imagem abaixo.
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Capítulo 8
Olá a Todos!
Aqui vai mais um capítulo.
Tic…Tac…Tic…Tac… os ponteiros do relógio marcavam o silencio obscuro em que o quarto fora emergido. Depois de Miriam se colocar do lado de Patch, contrariando o seu superior, todos permaneciam calados, absortos, mergulhados na sua própria consciência. Tentando de alguma forma encontrar as palavras necessárias para que de certo modo, conseguissem estilhaçar aquela estranha sensação que me gelava até aos ossos.
Então a face de Mickael transtornou-se. Apercebi-me pela forma como os seus lábios se contorceram, pela forma como Miriam empalecera e maneira como Patch me observava que eles comunicavam mentalmente.
- Alguém me pode explicar o que se passa aqui? – perguntei num fio de voz rouca e desgastada. Estava farta de permanecer deitada, sem dizer nada, apenas uma observadora…
- Meu Anjo… - começou Patch, aparentando formular uma desculpa.
- Eu quero a verdade! – exigi – Estou farta de tudo isto… O que é que se passa comigo? – dito isto, levantei-me num pulo. Incrivelmente o meu corpo na vacilou, as minhas pernas não tremeram, todo o corpo estava firme, surpreendentemente firme.
- Ela merece a verdade – proferiu Mickael, observando-me neutralmente.
- Não ela…
- Eu sei que me amas… - interrompi Patch, furiosa – e eu amo-te profundamente. Mas não me podes proteger para sempre. Eu não sou indefesa. Eu sou capaz de tomar conta de mim mesma. Aliás, as memórias estão todas a voltar… Eu sei que me manipulaste a memória milhares de vezes – as minhas palavras feriam-no visivelmente, mas tinha de faze-lo para saber a verdade – Até a mente da Vee manipulaste! E agora queres que eu não saiba o que se está a passar?
A dor perfurou-me pois ao ferir Patch também me feria, mas nós não eramos apenas um “nós” mas sim “eu e Patch”, duas identidades distintas, que se amavam profundamente, sem dúvida, mas independentes uma da outra.
- Meu Anjo…
Pedi que se calasse. Porque embora todo este amor eu estava farta! Farta de depender do meu Anjo, o ser que eu amava profundamente mas que não me alimentava. Pois eu era, sou e serei livre. E o amor de Patch nunca será a gaiola da minha liberdade.
- A humana deve saber a verdade – disse novamente Mickael – Se não contares tu… conto eu…
- Vá lá Jev – sussurrou Miriam – Tu não estás a protege-la – suspirou – mais tarde ou mais cedo, ela vai ficar a saber… E sinceramente… é melhor que seja o Mickael a contar…
Inexplicavelmente, talvez por se encontrar ferido pelas palavras cortantes que antes proferira, Patch saiu da divisão, sem mesmo olhar para trás. Miriam segui-o, apoiando. Estupidamente uma pontada de ciúmes atingiu o meu âmago, mas a culpa era toda minha.
Mickael pigarreou, tentando chamar a minha atenção.
-Vamos começar? – indagou.
O salão estava ricamente decorado. Preenchido por casais que dançavam, enquanto os observava, sentada no meu trono. De dança em dança, o tempo voava e eu continuava ali, imóvel, que nem boneca de porcelana à espera de alguém suficientemente rico e corajoso. Corajoso, pois! Não era qualquer um que se atrevia a irritar-me, ou a ouvir um redondo “não” da minha boca.
Desejava que ninguém se aproximasse e assim o meu noivado estaria adiado. Logo poderia continuar com o meu amado e talvez… o meu senhor aceitasse os nossos sentimentos. Mas não poderia estar mais enganada.
Mesmo antes das doze badaladas vi-o. Já o conhecia, era convidado especial do meu pai, mas apenas desfrutara da sua companhia uma única refeição. Como tal nunca pensei que se encontrasse no nosso palácio para me desposar.
- Sua Alteza… - incrivelmente, não se curvou perante o meu pai, algo que se fosse feito por outrem seria condenado, mas ele aparentava estar acima da minha família – Doce donzela – curvou-se ligeiramente, buscando a minha mão para que a guiasse aos seus lábios – Concede-me esta dança?
- Claro que sim… - proferiu o Rei – nem se questiona isso – lançou-me um olhar furtivo, para que o fizesse. Levantei-me então e fiz uma vénia delicadamente. Estendi-lhe a minha mão e deixei que me guiasse para o centro do salão.
Todos os outros casais pararam, assim que se aperceberam que iria finalmente dançar. No entanto, com um aceno, o meu pai ordenou que continuassem. A música recomeçou e com ela um e outro casal juntavam-se aos passos que eu dava com um perfeito desconhecido.
- A senhora é deveras bela… - elogiou.
Encarei-o friamente pois apenas o meu amado o poderia dizer, mas ao fita-lo, todo o gelo derreteu e fiquei presa ao seu olhar profundo e tão negro como a noite. Depressa esqueci o meu amado, sendo que a minha mente só pensava em como era belo.
Observei-o detalhadamente. O seu corpo másculo contorcia-se com prazer sempre que o meu corpo tocava o seu. O seu sorriso simples, revelava-se mais frio do que aparentava ser, tão frio e profundo como o seu olhar. Aqueles olhos tão negros que me deixavam hipnotizada, e apenas me faziam querer cair no abismo que eram. Sinceramente, a minha mente fazia-me quere-lo. Deslizar os meus dedos pelos seus caracóis negro, enterrar a minha boca nos seus lábios sensuais e oferecer-me a sua pele morena.
O seu riso baixo fez-me acordar do transe em que mergulhara. Só então percebi que a dança tinha acabado. Bem como os meus sentimentos pelo meu amado. Estava rendida a aquele homem. Muito infelizmente.
Aquela voz que me era tão amada pertencia apenas a um único ser perfeito e das trevas. A Lucifer, o meu eterno e amado senhor, que se revelava das sombras onde outrora se ocultara. Aproximou-se em todo o seu esplendor. Com o seu manto de pele humana tingida de negro, a esvoaçar ao sabor do vento gélido. Estendeu-me a mão, que aceitei sem cessar. Pois o facto do seu acto revelava que me tenha em grande consideração.
-Perdoo-me – implorei, já de pé.
- Não precisas… - disse entre risadas negras – Foi um favor que me fizeste. Custou-me a acreditar no inicio… Mas sabes como são os seres das trevas, nunca se subjugam a outros. Por isso mesmo é que vim fechar o portão. De modo a que Lucinda ficasse furiosa e assim tu a matasse. Pois és a única que podes fazê-lo.
- Agradeço – disse lisonjeada – Mas eu perdi-o… perdi o cristal…
Mais um riso gélido e seco proveniente da sua boca.
- O cristal é irrelevante… Por agora … Eu trato disso mais tarde. A prioridade é cuidar dos teus ferimentos.
- Pois… mas receio que não seja possível faze-lo agora…
- Porque não? – indagou.
- Bem… - gaguejei, não compreendo o sentido da sua questão, ele sabia perfeitamente como me revigorava – Não existe ninguém aqui capaz de fazê-lo… - calei-me pois apercebi-me do que ele falava, mas eu não poderia aceitar – Meu senhor, não… Não posso fazê-lo…
- Encara isto como uma recompensa… Eu insisto.
Não tive como negar, coloquei o olho que fora arrancado no órbita, pois não conseguiria criar um novo, na revigorassam, apenas restaurar aquele. Caminhei lentamente, dando os passos que me separavam dele. E beijei-o. Não fora um beijo sentido, apenas um reflexo da minha necessidade de energia. Pois, era assim, que eu absorvia a energia necessária para me revigorar. Era esta a minha condenação, por ter recusado o Paraíso e oferecido a minha lealdade a Lucifer, com a consequência de me tornar numa Demónio. Pois bem, se fosse necessário isto para que Deus se apercebesse de que nunca me rebaixaria perante um reles homem, eu aceitaria de bom grado. Pois eu não era aquela criatura cega que fazia tudo o que ele ordenava, não! Eu tinha os meus sentimentos e livre arbítrio, algo que, infelizmente, faltava a Adão e também a minha sucessora, Eva, que apenas com a mordida da maçã abriu o olhos e quebrou a parede que lhe ocultava a verdade. Pois eu sou Lilitu e nunca me rebaixaria perante um homem!
Lentamente, o meu corpo retornou ao que era, soube que bastava. Pois a energia de um anjo era muito mais poderosa do que a de um simples mortal, dos quais me aproveitava, para completar a minha vingança. Pois os descendentes de Adão estavam destinados a mancharem as minhas mãos com o seu sangue.
Aqui vai mais um capítulo.
Capítulo 8 - Revoltada
I parte
Tic…Tac…Tic…Tac… os ponteiros do relógio marcavam o silencio obscuro em que o quarto fora emergido. Depois de Miriam se colocar do lado de Patch, contrariando o seu superior, todos permaneciam calados, absortos, mergulhados na sua própria consciência. Tentando de alguma forma encontrar as palavras necessárias para que de certo modo, conseguissem estilhaçar aquela estranha sensação que me gelava até aos ossos.
Então a face de Mickael transtornou-se. Apercebi-me pela forma como os seus lábios se contorceram, pela forma como Miriam empalecera e maneira como Patch me observava que eles comunicavam mentalmente.
- Alguém me pode explicar o que se passa aqui? – perguntei num fio de voz rouca e desgastada. Estava farta de permanecer deitada, sem dizer nada, apenas uma observadora…
- Meu Anjo… - começou Patch, aparentando formular uma desculpa.
- Eu quero a verdade! – exigi – Estou farta de tudo isto… O que é que se passa comigo? – dito isto, levantei-me num pulo. Incrivelmente o meu corpo na vacilou, as minhas pernas não tremeram, todo o corpo estava firme, surpreendentemente firme.
- Ela merece a verdade – proferiu Mickael, observando-me neutralmente.
- Não ela…
- Eu sei que me amas… - interrompi Patch, furiosa – e eu amo-te profundamente. Mas não me podes proteger para sempre. Eu não sou indefesa. Eu sou capaz de tomar conta de mim mesma. Aliás, as memórias estão todas a voltar… Eu sei que me manipulaste a memória milhares de vezes – as minhas palavras feriam-no visivelmente, mas tinha de faze-lo para saber a verdade – Até a mente da Vee manipulaste! E agora queres que eu não saiba o que se está a passar?
A dor perfurou-me pois ao ferir Patch também me feria, mas nós não eramos apenas um “nós” mas sim “eu e Patch”, duas identidades distintas, que se amavam profundamente, sem dúvida, mas independentes uma da outra.
- Meu Anjo…
Pedi que se calasse. Porque embora todo este amor eu estava farta! Farta de depender do meu Anjo, o ser que eu amava profundamente mas que não me alimentava. Pois eu era, sou e serei livre. E o amor de Patch nunca será a gaiola da minha liberdade.
- A humana deve saber a verdade – disse novamente Mickael – Se não contares tu… conto eu…
- Vá lá Jev – sussurrou Miriam – Tu não estás a protege-la – suspirou – mais tarde ou mais cedo, ela vai ficar a saber… E sinceramente… é melhor que seja o Mickael a contar…
Inexplicavelmente, talvez por se encontrar ferido pelas palavras cortantes que antes proferira, Patch saiu da divisão, sem mesmo olhar para trás. Miriam segui-o, apoiando. Estupidamente uma pontada de ciúmes atingiu o meu âmago, mas a culpa era toda minha.
Mickael pigarreou, tentando chamar a minha atenção.
-Vamos começar? – indagou.
II parte
O salão estava ricamente decorado. Preenchido por casais que dançavam, enquanto os observava, sentada no meu trono. De dança em dança, o tempo voava e eu continuava ali, imóvel, que nem boneca de porcelana à espera de alguém suficientemente rico e corajoso. Corajoso, pois! Não era qualquer um que se atrevia a irritar-me, ou a ouvir um redondo “não” da minha boca.
Desejava que ninguém se aproximasse e assim o meu noivado estaria adiado. Logo poderia continuar com o meu amado e talvez… o meu senhor aceitasse os nossos sentimentos. Mas não poderia estar mais enganada.
Mesmo antes das doze badaladas vi-o. Já o conhecia, era convidado especial do meu pai, mas apenas desfrutara da sua companhia uma única refeição. Como tal nunca pensei que se encontrasse no nosso palácio para me desposar.
- Sua Alteza… - incrivelmente, não se curvou perante o meu pai, algo que se fosse feito por outrem seria condenado, mas ele aparentava estar acima da minha família – Doce donzela – curvou-se ligeiramente, buscando a minha mão para que a guiasse aos seus lábios – Concede-me esta dança?
- Claro que sim… - proferiu o Rei – nem se questiona isso – lançou-me um olhar furtivo, para que o fizesse. Levantei-me então e fiz uma vénia delicadamente. Estendi-lhe a minha mão e deixei que me guiasse para o centro do salão.
Todos os outros casais pararam, assim que se aperceberam que iria finalmente dançar. No entanto, com um aceno, o meu pai ordenou que continuassem. A música recomeçou e com ela um e outro casal juntavam-se aos passos que eu dava com um perfeito desconhecido.
- A senhora é deveras bela… - elogiou.
Encarei-o friamente pois apenas o meu amado o poderia dizer, mas ao fita-lo, todo o gelo derreteu e fiquei presa ao seu olhar profundo e tão negro como a noite. Depressa esqueci o meu amado, sendo que a minha mente só pensava em como era belo.
Observei-o detalhadamente. O seu corpo másculo contorcia-se com prazer sempre que o meu corpo tocava o seu. O seu sorriso simples, revelava-se mais frio do que aparentava ser, tão frio e profundo como o seu olhar. Aqueles olhos tão negros que me deixavam hipnotizada, e apenas me faziam querer cair no abismo que eram. Sinceramente, a minha mente fazia-me quere-lo. Deslizar os meus dedos pelos seus caracóis negro, enterrar a minha boca nos seus lábios sensuais e oferecer-me a sua pele morena.
O seu riso baixo fez-me acordar do transe em que mergulhara. Só então percebi que a dança tinha acabado. Bem como os meus sentimentos pelo meu amado. Estava rendida a aquele homem. Muito infelizmente.
III parte
Aquela voz que me era tão amada pertencia apenas a um único ser perfeito e das trevas. A Lucifer, o meu eterno e amado senhor, que se revelava das sombras onde outrora se ocultara. Aproximou-se em todo o seu esplendor. Com o seu manto de pele humana tingida de negro, a esvoaçar ao sabor do vento gélido. Estendeu-me a mão, que aceitei sem cessar. Pois o facto do seu acto revelava que me tenha em grande consideração.
-Perdoo-me – implorei, já de pé.
- Não precisas… - disse entre risadas negras – Foi um favor que me fizeste. Custou-me a acreditar no inicio… Mas sabes como são os seres das trevas, nunca se subjugam a outros. Por isso mesmo é que vim fechar o portão. De modo a que Lucinda ficasse furiosa e assim tu a matasse. Pois és a única que podes fazê-lo.
- Agradeço – disse lisonjeada – Mas eu perdi-o… perdi o cristal…
Mais um riso gélido e seco proveniente da sua boca.
- O cristal é irrelevante… Por agora … Eu trato disso mais tarde. A prioridade é cuidar dos teus ferimentos.
- Pois… mas receio que não seja possível faze-lo agora…
- Porque não? – indagou.
- Bem… - gaguejei, não compreendo o sentido da sua questão, ele sabia perfeitamente como me revigorava – Não existe ninguém aqui capaz de fazê-lo… - calei-me pois apercebi-me do que ele falava, mas eu não poderia aceitar – Meu senhor, não… Não posso fazê-lo…
- Encara isto como uma recompensa… Eu insisto.
Não tive como negar, coloquei o olho que fora arrancado no órbita, pois não conseguiria criar um novo, na revigorassam, apenas restaurar aquele. Caminhei lentamente, dando os passos que me separavam dele. E beijei-o. Não fora um beijo sentido, apenas um reflexo da minha necessidade de energia. Pois, era assim, que eu absorvia a energia necessária para me revigorar. Era esta a minha condenação, por ter recusado o Paraíso e oferecido a minha lealdade a Lucifer, com a consequência de me tornar numa Demónio. Pois bem, se fosse necessário isto para que Deus se apercebesse de que nunca me rebaixaria perante um reles homem, eu aceitaria de bom grado. Pois eu não era aquela criatura cega que fazia tudo o que ele ordenava, não! Eu tinha os meus sentimentos e livre arbítrio, algo que, infelizmente, faltava a Adão e também a minha sucessora, Eva, que apenas com a mordida da maçã abriu o olhos e quebrou a parede que lhe ocultava a verdade. Pois eu sou Lilitu e nunca me rebaixaria perante um homem!
Lentamente, o meu corpo retornou ao que era, soube que bastava. Pois a energia de um anjo era muito mais poderosa do que a de um simples mortal, dos quais me aproveitava, para completar a minha vingança. Pois os descendentes de Adão estavam destinados a mancharem as minhas mãos com o seu sangue.
sábado, 27 de abril de 2013
Fanfic Capítulo 7
Olá a Todos!
Aqui está mais um capítulo da fic
Aquele líquido viscoso escorregava lentamente por entre as minhas mãos. Queria limpa-las, mas não conseguia, sentia-me atraída pelo sangue que sabia não ser meu. Observava-o, intrigada, como era negro, como era profundo e maligno… Como me atrai para um abismo sem fim, me impulsionava a cometer atrocidades… Acordei do transe e dei por mim rodeada por Patch, Mickael e Miriam.
- Como é que eu posso ter sangue demoníaco? – perguntei, com receio da resposta.
- Não sei… - respondeu Miriam – Nunca antes tinha observado isto… É deveras peculiar, nem mesmo descendente demoníaco possuiu um sangue tão negro e tão puro. O que pensa sua alteza? – dirigiu-se ao arcanjo.
- Deixa-te de formalidades… Decerto que este acontecimento se deve à tua – encarou-me, fixamente – ligação com o demónio… Mas como disseste, Miriam, é um acontecimento isolado…
- Não é verdade – afirmou Patch calmamente.
-O que queres dizer com isso? Apenas os Arcanjos têm conhecimentos sobre as outras espécies… e nem mesmo nós temos registos de tal ocorrência.
- Esqueceste-te do meu passado. Em tempos também eu fora um Arcanjo. Os meus conhecimentos são equivalentes ou superiores aos teus… - disse Patch, não para se vangloriar, apenas como um facto.
- Que ultraje é esse?- Mickael, orgulhoso demais, não se apercebera das verdadeiras intenções do meu amado – Julgas-te superior a mim? O príncipe dos Arcanjos? Detentor de um dos maiores poderes celestes de todo o céu? Tu? Um reles Anjo Caído? Que por alguma razão foste condenado a permanecer preso a este mundo, pelo resto da tua existência? Um ser que nunca deveria ter possuído assas? Achas-te assim tão especial?
Patch não mostrava qualquer pontada de fúria perante tais provocações. Já Mickael, não parecia querer parar. Poderia ter continuado a maltrata-lo, mas Miriam entreviu. Pigarreou, não para limpar a garganta, mas para cala-lo respeitosamente.
- Desculpe-me sua alteza… Mas Jev tem razão…
- Vá lá Lilith… - gritava o rapaz – despacha-te… Sabes que não podes chegar atrasada certo?
O jovem de cabelos castanhos rondava-me, como uma ave de rapina sobrevoa uma presa, prestes a atacar. Dançava como uma borboleta que saltita de flor em flor. Até que se atirou a mim. Caímos e rebolámos encosta abaixo, entre cócegas e rizadas de pura inocência, até chegarmos ao lago. Então, deitados sobre os verdejantes pastos observávamos as nuvens.
- Aquela ali parece uma flor… - disse entusiasmado, apontando para uma das inúmeras nuvens que povoavam o céu claro.
- Já aquela é parecida contigo – constatei entre risadas, apontando para uma que se assemelhava a uma galinha.
- Tens uma piada… - mas mesmo assim não consegui conter o riso de prazer que explodiu na sua boca – Vá lá, não podemos demorar muito – levantou-se, estendendo-me a mão com cavalheirismo – Quando vossa alteza desejar…
Aceitei a sua ajuda, mas em vez de me erguer, puxei-o para mim, caído novamente, num tufo de erva.
- Agradeço, cavalheiro… Mas infelizmente, ainda desejo permanecer aqui…
- Anda lá… - pediu erguendo-se. Desta vez não me oferecia ajuda, limitava-se a retirar a maior quantidade possível de sujidade do seu belo fato – Eles já devem estar a chegar, e não queremos que o teu pai te ponha de castigo, pois não?
- Claro que não… - resmunguei, levantando-me finalmente – Sabes que detestaria ficar mais um dia presa àquelas quatro paredes, enquanto tu andas por aí… livre como o vento…
- É assim a vida… - proferiu encolhendo os ombros, desatando a rir de seguida.
- Nem sabes a sorte que tens…
- É claro que sei… - sussurrou, aproximando a sua face da minha. A sua respiração descompassada, condensava no meu rosto. Fixei os seus olhos acinzentados, sabia o que faria a seguir e não me importava nada, embora soubesse que era errado. Ele tinha um título, mas não o suficientemente importante para o meu pai. Esqueci tudo isso, tinha de aproveitar aquele momento, saciei então o desejo que sabia ser mútuo. Os meus lábios devoraram a sua boca, as minhas mãos percorreram as suas costas, pousando, nos seus largos ombros, enquanto ele afagava a meu cabelo com as suas mãos.
Foi então que senti. Uma intensa dor, por todo o meu corpo. Gemi ainda com a sua boca colada na minha, ao aperceber-se afastou-se.
- Estás bem? – indagou com grande preocupação.
- Sim… - não queria preocupa-lo, decerto que seria apenas mais um dos muitos ataque, que em breve passaria – Só preciso de voltar para casa… podes levar-me lá?
O rapaz acenou afirmativamente, colocando o meu braço nos seus ombros, de modo a que servisse de apoio. O percurso parecera demorar mais do que o normal, mas na verdade chegamos muito antes do previsto.
- Bem… deixo-te aqui… - disse envergonhado – sabes que não posso avançar mais…
-Não faz mal… - sabia que iria protestar, então beijei-o levemente – vai lá… volta para casa…
Sem proferir qualquer palavra, ele caminhou. Não era necessário trocar palavras entre nós, a nossa ligação transcendia qualquer obstáculos, logo, eu sabia o que ele sentia e ele, sabia pelo qual eu estava a passar, mas respeitava as minhas escolhas. A minha escolha da solidão. A escolha de guardar todo o sofrimento apenas para mim, uma forma de esconder a minha fraqueza.
Cedi então numa tosse compulsiva quando deixei de observa-lo. A dor perfurava-me a garganta e o estômago, gritando para que fosse libertada. O sabor metálico percorreu as minhas entranhas, corroendo ainda mais o meu corpo. Levei a mão à boca, numa tentativa falhada de impedir que aquele líquido jorrasse como sempre acontecia.
Mas tal como previsto, o sangue fora derramado sobre as minhas vestes, empapando o meu vestido com aquele líquido tão negro, como crude.
Lucinda barafustava mil maldições ao responsável pelo fecho do portal, os seus olhos demonstravam ódio e uma raiva profunda como nunca antes vira. Na verdade, poder-se-ia dizer que a Demónio que me acompanhava era a melhor de entre as melhores a esconder qualquer pensamento pérfido, muito comuns à nossa espécie, e até mesmo, qualquer tipo de sentimentos.
Mas pouco me importava o que ela pensava. Primeira lição para iniciados: Preocupem-se apenas com vocês mesmos, nenhum Demônio é verdadeiramente confiável, eles querem sempre algo em troca. Eu apenas queria regressar para casa, revigorar-me e preparar um novo plano insidioso .
- Só espero que tenha sido aquele reles Anjo Caído… - cuspiu furiosamente – Lucifer não vai gostar nada disto… Nada mesmo… Se os Arcanjos desconfiam… Oh, por Belzebu, que será da minha existência quando eles se aperceberem… - a fúria cobria que nem um manto encarnado – Mas a culpa é toda tua! – gritou insanamente, apontando na minha direção – Sim, tua...
- De que é que me culpas? – questionei.
- Tu sabes perfeitamente… Esta missão deveria ser minha… Minha! MINHA!
Do seu corpo, ressaltaram labaredas de um ódio tão puro como nunca antes vira, atribuindo ao seu cabelo um vermelho seco, como sangue incrustado nas mãos de um assassino.
Aquilo só representava uma coisa, um dos seus ataques de fúria, o pique mais alto de todo o seu poder, mas ao mesmo tempo, a sua maior fraqueza.
Sabia como agir, mas não possuía os materiais necessários. Entrem em pânico. Lucinda investiu, flutuando com as suas vestes por breves istantes. Pareceria um anjo, se não fosse a aura negra que a envolvia, consumindo qualquer réstia de lucidez. Caiu então sobre o meu corpo, esmagando-me que nem inseto. Socou-me consecutivamente, sem cessar.
Sangue jorrava do meu nariz, que se pertencesse a um mortal, decerto se encontraria partido. Pontapeou-me, com as suas botas de pele humana e espinhos que apenas crescem em redor do rio Letes. O meu corpo era perfurado, sarando rapidamente, voltando a ser perfurado e sarando novamente.
Decidiu então deixar de me atacar fisicamente e utilizar os seus poderes demoníacos. Sibilou palavras na língua original e única do Inferno, chamas ergueram-se, consumindo tudo à sua passagem, mas ao depararem-se com o meu corpo cessaram. Inexplicavelmente, o fogo deixou de ser controlado pela sua criadora, passando a ser o meu humilde servo, mas a minha energia tinha sido drenada pelo Anjo Caído, facto do qual apenas me apercebera neste momento.
Maldição, se não conseguisse utilizar a minha energia, decerto que ficaria imóvel durante pelo menos uma semana humana.
Lucinda rugiu, que nem Cérberos à espera de alimento, investiu novamente, mirando os meus olhos, seu qualquer dificuldade, arrancou-me o olho direito da órbita sem qualquer dificuldade.
Gritei de dor, como nunca antes o fizera, embora imortal, a dor era algo que fazia parte do meu ser, uma forma eficiente dos seres superiores controlarem os seus súbditos. O sangue caia que nem cascata negra, manchando a minha face com aquela tom crude, tão natural da minha espécie.
Tremulamente, levei a mão à face, tentando inutilmente, fechar a pálpebra rasgada, para que o sangue parasse. Já Lucinda, continuava com os seus ataques contínuos. Queimara-me o cabelo, até à sua raiz, arrancara-me as unhas, uma a uma e começara a partir os dedos.
Ecoava uma melodia para os seus ouvidos, a minha voz rouca e desgastada com tanto sofrimento. Se ao menos aquele Anjo Caído não me tivesse apunhalado… Era isso! Com dificuldade alcancei o punhal, tendo o cuidado de toca-lo apenas no punhal, e cravei-o no seu peito, no local onde o seu coração se encontraria, se ela o possuísse.
A sua boca formou um grito inaudível, imobilizou-se. Sem forças, Lucinda caiu sobre terra e o seu corpo retornou às cinzas. Nem acreditava no que fizera…
Clap…Clap… Palmas secas deslizaram com a brisa. Alguém se aproximava lentamente, olhei-o, mas não conseguia focá-lo, devido à falta do meu olho.
- Nunca pensei que fosses capaz… - proferiu uma voz profunda.
O baile seria durante esta noite. Infelizmente, nesta noite. Apenas a umas horas de distância da minha pessoa.
Mas que maldição me fora rugada para que tivesse de casar com alguém que fosse escolhido neste mesmo dia, durante a “Dança das Doze Badaladas”?
Queria apenas regressar para os seus braços, para que me acolhesse e me contaminasse com o seu calor, contrariamente aos Lordes e Condes pálidos de nariz empinado e pele gélida que incansavelmente me tentavam cortejar com o intuito de herdaram tudo o que me pertencia.
Mas ele não! Apenas queria o meu amor, estava certa disso. E conseguia afirma-lo sem qualquer dúvida.
- Minha senhora, levante os braços, por favor – pedia delicadamente a aia de companhia, enquanto me apertava o espartilho – Só mais um pouco, e… Já está! Olhe como está bela!
Observei-me ao espelho. A minha pele clara empalidecia ainda mais devido ao cabelo negro como breu, delicadamente emaranhado num complexo penteado, caindo numa cascata de cachos de veludo. O vestido de um tom marfim estava salpicado por flores vermelhas como os meus lábios, com delicadas rendas igualmente brancas, parecia iluminar o meu doce olhar.
- Sim… - concordei – Mas sabes que nada disto me interessa… Sabes o quanto eu amo o meu…
-Chiu… - silenciou docemente – as paredes têm ouvidos, nunca se esqueça disso… - murmurou sabiamente.
-Sábias as tuas palavras… - disse secamente. Não por ter sido proferida por ela, mas pelo facto de essa ser a dura realidade – Mas mesmo assim… - suspirei – não há nada que eu menos anseie do que o seu terno abraço e das suas doces palavras…
- Desculpe-me sua alteza… - proferiu delicadamente – sei que não é da minha conta, tal assunto mas… - hesitou.
-Fala – não ordenei, apenas pedi.
-Ele é o herdeiro do maior rival do vosso pai, sua alteza… Esse relacionamento não seria aceite por nenhuma das partes.
Ambos sabíamo-lo. Muito antes de nos conhecermos, muito antes de oferecermos os nossos nomes um ao outro. Muito antes de revelarmos a nossa linhagem.
Muito antes de o nosso amor desabrochar.
Aqui está mais um capítulo da fic
Capitulo 7-Lilith
Parte I
Aquele líquido viscoso escorregava lentamente por entre as minhas mãos. Queria limpa-las, mas não conseguia, sentia-me atraída pelo sangue que sabia não ser meu. Observava-o, intrigada, como era negro, como era profundo e maligno… Como me atrai para um abismo sem fim, me impulsionava a cometer atrocidades… Acordei do transe e dei por mim rodeada por Patch, Mickael e Miriam.
- Como é que eu posso ter sangue demoníaco? – perguntei, com receio da resposta.
- Não sei… - respondeu Miriam – Nunca antes tinha observado isto… É deveras peculiar, nem mesmo descendente demoníaco possuiu um sangue tão negro e tão puro. O que pensa sua alteza? – dirigiu-se ao arcanjo.
- Deixa-te de formalidades… Decerto que este acontecimento se deve à tua – encarou-me, fixamente – ligação com o demónio… Mas como disseste, Miriam, é um acontecimento isolado…
- Não é verdade – afirmou Patch calmamente.
-O que queres dizer com isso? Apenas os Arcanjos têm conhecimentos sobre as outras espécies… e nem mesmo nós temos registos de tal ocorrência.
- Esqueceste-te do meu passado. Em tempos também eu fora um Arcanjo. Os meus conhecimentos são equivalentes ou superiores aos teus… - disse Patch, não para se vangloriar, apenas como um facto.
- Que ultraje é esse?- Mickael, orgulhoso demais, não se apercebera das verdadeiras intenções do meu amado – Julgas-te superior a mim? O príncipe dos Arcanjos? Detentor de um dos maiores poderes celestes de todo o céu? Tu? Um reles Anjo Caído? Que por alguma razão foste condenado a permanecer preso a este mundo, pelo resto da tua existência? Um ser que nunca deveria ter possuído assas? Achas-te assim tão especial?
Patch não mostrava qualquer pontada de fúria perante tais provocações. Já Mickael, não parecia querer parar. Poderia ter continuado a maltrata-lo, mas Miriam entreviu. Pigarreou, não para limpar a garganta, mas para cala-lo respeitosamente.
- Desculpe-me sua alteza… Mas Jev tem razão…
II parte
- Vá lá Lilith… - gritava o rapaz – despacha-te… Sabes que não podes chegar atrasada certo?
O jovem de cabelos castanhos rondava-me, como uma ave de rapina sobrevoa uma presa, prestes a atacar. Dançava como uma borboleta que saltita de flor em flor. Até que se atirou a mim. Caímos e rebolámos encosta abaixo, entre cócegas e rizadas de pura inocência, até chegarmos ao lago. Então, deitados sobre os verdejantes pastos observávamos as nuvens.
- Aquela ali parece uma flor… - disse entusiasmado, apontando para uma das inúmeras nuvens que povoavam o céu claro.
- Já aquela é parecida contigo – constatei entre risadas, apontando para uma que se assemelhava a uma galinha.
- Tens uma piada… - mas mesmo assim não consegui conter o riso de prazer que explodiu na sua boca – Vá lá, não podemos demorar muito – levantou-se, estendendo-me a mão com cavalheirismo – Quando vossa alteza desejar…
Aceitei a sua ajuda, mas em vez de me erguer, puxei-o para mim, caído novamente, num tufo de erva.
- Agradeço, cavalheiro… Mas infelizmente, ainda desejo permanecer aqui…
- Anda lá… - pediu erguendo-se. Desta vez não me oferecia ajuda, limitava-se a retirar a maior quantidade possível de sujidade do seu belo fato – Eles já devem estar a chegar, e não queremos que o teu pai te ponha de castigo, pois não?
- Claro que não… - resmunguei, levantando-me finalmente – Sabes que detestaria ficar mais um dia presa àquelas quatro paredes, enquanto tu andas por aí… livre como o vento…
- É assim a vida… - proferiu encolhendo os ombros, desatando a rir de seguida.
- Nem sabes a sorte que tens…
- É claro que sei… - sussurrou, aproximando a sua face da minha. A sua respiração descompassada, condensava no meu rosto. Fixei os seus olhos acinzentados, sabia o que faria a seguir e não me importava nada, embora soubesse que era errado. Ele tinha um título, mas não o suficientemente importante para o meu pai. Esqueci tudo isso, tinha de aproveitar aquele momento, saciei então o desejo que sabia ser mútuo. Os meus lábios devoraram a sua boca, as minhas mãos percorreram as suas costas, pousando, nos seus largos ombros, enquanto ele afagava a meu cabelo com as suas mãos.
Foi então que senti. Uma intensa dor, por todo o meu corpo. Gemi ainda com a sua boca colada na minha, ao aperceber-se afastou-se.
- Estás bem? – indagou com grande preocupação.
- Sim… - não queria preocupa-lo, decerto que seria apenas mais um dos muitos ataque, que em breve passaria – Só preciso de voltar para casa… podes levar-me lá?
O rapaz acenou afirmativamente, colocando o meu braço nos seus ombros, de modo a que servisse de apoio. O percurso parecera demorar mais do que o normal, mas na verdade chegamos muito antes do previsto.
- Bem… deixo-te aqui… - disse envergonhado – sabes que não posso avançar mais…
-Não faz mal… - sabia que iria protestar, então beijei-o levemente – vai lá… volta para casa…
Sem proferir qualquer palavra, ele caminhou. Não era necessário trocar palavras entre nós, a nossa ligação transcendia qualquer obstáculos, logo, eu sabia o que ele sentia e ele, sabia pelo qual eu estava a passar, mas respeitava as minhas escolhas. A minha escolha da solidão. A escolha de guardar todo o sofrimento apenas para mim, uma forma de esconder a minha fraqueza.
Cedi então numa tosse compulsiva quando deixei de observa-lo. A dor perfurava-me a garganta e o estômago, gritando para que fosse libertada. O sabor metálico percorreu as minhas entranhas, corroendo ainda mais o meu corpo. Levei a mão à boca, numa tentativa falhada de impedir que aquele líquido jorrasse como sempre acontecia.
Mas tal como previsto, o sangue fora derramado sobre as minhas vestes, empapando o meu vestido com aquele líquido tão negro, como crude.
III parte
Lucinda barafustava mil maldições ao responsável pelo fecho do portal, os seus olhos demonstravam ódio e uma raiva profunda como nunca antes vira. Na verdade, poder-se-ia dizer que a Demónio que me acompanhava era a melhor de entre as melhores a esconder qualquer pensamento pérfido, muito comuns à nossa espécie, e até mesmo, qualquer tipo de sentimentos.
Mas pouco me importava o que ela pensava. Primeira lição para iniciados: Preocupem-se apenas com vocês mesmos, nenhum Demônio é verdadeiramente confiável, eles querem sempre algo em troca. Eu apenas queria regressar para casa, revigorar-me e preparar um novo plano insidioso .
- Só espero que tenha sido aquele reles Anjo Caído… - cuspiu furiosamente – Lucifer não vai gostar nada disto… Nada mesmo… Se os Arcanjos desconfiam… Oh, por Belzebu, que será da minha existência quando eles se aperceberem… - a fúria cobria que nem um manto encarnado – Mas a culpa é toda tua! – gritou insanamente, apontando na minha direção – Sim, tua...
- De que é que me culpas? – questionei.
- Tu sabes perfeitamente… Esta missão deveria ser minha… Minha! MINHA!
Do seu corpo, ressaltaram labaredas de um ódio tão puro como nunca antes vira, atribuindo ao seu cabelo um vermelho seco, como sangue incrustado nas mãos de um assassino.
Aquilo só representava uma coisa, um dos seus ataques de fúria, o pique mais alto de todo o seu poder, mas ao mesmo tempo, a sua maior fraqueza.
Sabia como agir, mas não possuía os materiais necessários. Entrem em pânico. Lucinda investiu, flutuando com as suas vestes por breves istantes. Pareceria um anjo, se não fosse a aura negra que a envolvia, consumindo qualquer réstia de lucidez. Caiu então sobre o meu corpo, esmagando-me que nem inseto. Socou-me consecutivamente, sem cessar.
Sangue jorrava do meu nariz, que se pertencesse a um mortal, decerto se encontraria partido. Pontapeou-me, com as suas botas de pele humana e espinhos que apenas crescem em redor do rio Letes. O meu corpo era perfurado, sarando rapidamente, voltando a ser perfurado e sarando novamente.
Decidiu então deixar de me atacar fisicamente e utilizar os seus poderes demoníacos. Sibilou palavras na língua original e única do Inferno, chamas ergueram-se, consumindo tudo à sua passagem, mas ao depararem-se com o meu corpo cessaram. Inexplicavelmente, o fogo deixou de ser controlado pela sua criadora, passando a ser o meu humilde servo, mas a minha energia tinha sido drenada pelo Anjo Caído, facto do qual apenas me apercebera neste momento.
Maldição, se não conseguisse utilizar a minha energia, decerto que ficaria imóvel durante pelo menos uma semana humana.
Lucinda rugiu, que nem Cérberos à espera de alimento, investiu novamente, mirando os meus olhos, seu qualquer dificuldade, arrancou-me o olho direito da órbita sem qualquer dificuldade.
Gritei de dor, como nunca antes o fizera, embora imortal, a dor era algo que fazia parte do meu ser, uma forma eficiente dos seres superiores controlarem os seus súbditos. O sangue caia que nem cascata negra, manchando a minha face com aquela tom crude, tão natural da minha espécie.
Tremulamente, levei a mão à face, tentando inutilmente, fechar a pálpebra rasgada, para que o sangue parasse. Já Lucinda, continuava com os seus ataques contínuos. Queimara-me o cabelo, até à sua raiz, arrancara-me as unhas, uma a uma e começara a partir os dedos.
Ecoava uma melodia para os seus ouvidos, a minha voz rouca e desgastada com tanto sofrimento. Se ao menos aquele Anjo Caído não me tivesse apunhalado… Era isso! Com dificuldade alcancei o punhal, tendo o cuidado de toca-lo apenas no punhal, e cravei-o no seu peito, no local onde o seu coração se encontraria, se ela o possuísse.
A sua boca formou um grito inaudível, imobilizou-se. Sem forças, Lucinda caiu sobre terra e o seu corpo retornou às cinzas. Nem acreditava no que fizera…
Clap…Clap… Palmas secas deslizaram com a brisa. Alguém se aproximava lentamente, olhei-o, mas não conseguia focá-lo, devido à falta do meu olho.
- Nunca pensei que fosses capaz… - proferiu uma voz profunda.
IV parte
O baile seria durante esta noite. Infelizmente, nesta noite. Apenas a umas horas de distância da minha pessoa.
Mas que maldição me fora rugada para que tivesse de casar com alguém que fosse escolhido neste mesmo dia, durante a “Dança das Doze Badaladas”?
Queria apenas regressar para os seus braços, para que me acolhesse e me contaminasse com o seu calor, contrariamente aos Lordes e Condes pálidos de nariz empinado e pele gélida que incansavelmente me tentavam cortejar com o intuito de herdaram tudo o que me pertencia.
Mas ele não! Apenas queria o meu amor, estava certa disso. E conseguia afirma-lo sem qualquer dúvida.
- Minha senhora, levante os braços, por favor – pedia delicadamente a aia de companhia, enquanto me apertava o espartilho – Só mais um pouco, e… Já está! Olhe como está bela!
Observei-me ao espelho. A minha pele clara empalidecia ainda mais devido ao cabelo negro como breu, delicadamente emaranhado num complexo penteado, caindo numa cascata de cachos de veludo. O vestido de um tom marfim estava salpicado por flores vermelhas como os meus lábios, com delicadas rendas igualmente brancas, parecia iluminar o meu doce olhar.
- Sim… - concordei – Mas sabes que nada disto me interessa… Sabes o quanto eu amo o meu…
-Chiu… - silenciou docemente – as paredes têm ouvidos, nunca se esqueça disso… - murmurou sabiamente.
-Sábias as tuas palavras… - disse secamente. Não por ter sido proferida por ela, mas pelo facto de essa ser a dura realidade – Mas mesmo assim… - suspirei – não há nada que eu menos anseie do que o seu terno abraço e das suas doces palavras…
- Desculpe-me sua alteza… - proferiu delicadamente – sei que não é da minha conta, tal assunto mas… - hesitou.
-Fala – não ordenei, apenas pedi.
-Ele é o herdeiro do maior rival do vosso pai, sua alteza… Esse relacionamento não seria aceite por nenhuma das partes.
Ambos sabíamo-lo. Muito antes de nos conhecermos, muito antes de oferecermos os nossos nomes um ao outro. Muito antes de revelarmos a nossa linhagem.
Muito antes de o nosso amor desabrochar.
sábado, 2 de março de 2013
Finale!
Olá a Todos!
Hoje estive na fnac do Centro Comercial Vasco da Gama e vi lá Finale em Inglês!!!! Como é óbvio comprei e vou começar a ler! Se há na fnac do Vasco da Gama também deve haver nas outras lojas fnac!!! Está aqui o LINK do site da fnac onde se pode ler Expedido em 24 horas à frente de Finale. Ou seja, deve estar disponível em todas as lojas!!!! Estou tão feliz mas triste porque é o último e tem de ser perfeito porque se não, vou chorar muito.... Foi mais caro do que estava a espera 12,50. Desculpem a qualidade e disposição das fotografias... ainda não existe uma data para o lançamento em Português
P.S: A edição da fnac é do Reino Unido.
Hoje estive na fnac do Centro Comercial Vasco da Gama e vi lá Finale em Inglês!!!! Como é óbvio comprei e vou começar a ler! Se há na fnac do Vasco da Gama também deve haver nas outras lojas fnac!!! Está aqui o LINK do site da fnac onde se pode ler Expedido em 24 horas à frente de Finale. Ou seja, deve estar disponível em todas as lojas!!!! Estou tão feliz mas triste porque é o último e tem de ser perfeito porque se não, vou chorar muito.... Foi mais caro do que estava a espera 12,50. Desculpem a qualidade e disposição das fotografias... ainda não existe uma data para o lançamento em Português
P.S: A edição da fnac é do Reino Unido.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Carta Traduzida e Fan Fic capítulo 6
Olá a Todos!
Como prometido está aqui a carta de Patch para Nora em Português e mais um capítulo da FanFic.
Meu Anjo
A maior das minhas esperanças é que tu nunca tenhas de ler isto. Vee sabe que tem de te dar esta carta apenas se a minha pena seja queimada e eu esteja acorrentado no inferno, ou se Blakely tiver inventado o protótipo de uma arma forte o suficiente para me matar. Quando a guerra entre as nossas raças começar não sei o que será do nosso futuro. Quando penso em ti, e nos nossos planos, sinto uma dor desesperada. Nunca quis que as coisas ficassem bem como estão agora.
Antes de eu deixar este mundo, preciso de ter a certeza de que saibas que todo o meu amor te pertence. Os meus sentimentos por ti agora são mesmo antes do Changeover Vow. És minha. Sempre. Adoro a força, coragem e bondade da tua alma. Adoro o teu corpo também. Como é que alguém tão sexy e perfeita ser minha? Contigo tenho um propósito- alguém para amar, cuidar e proteger.
Existem segredos do meu passado que pesam na tua cabeça. Confias-te em mim o suficiente para não me perguntares sobre eles, e foi a tua fé que me tem tornado um homem melhor. Não quero deixar-te com algo escondido entre nós. Eu disse-te que fui banido do paraíso por me apaixonar por uma rapariga humana. A maneira como eu expliquei, eu risquei tudo para estar com ela. Eu disse estas palavras porque elas simplificavam as minhas motivações. Mas não eram verdade. A verdade era que eu já não me encantava com os objectivos dos arcanjos e quis revoltar-me contra eles e as suas regras. Aquela rapariga foi uma desculpa para largar a minha antiga maneira de viver e aceitar uma nova jornada que me levaria a ti. Eu acredito em destino. Meu Anjo. Acredito que todas as escolhas que eu fiz me trouxeram para mais perto de ti. Eu olhei por ti durante muito tempo. Posso ter caído do paraíso mas apaixonei-me por ti.
Farei todos os possíveis para ganhares esta guerra. Os Nephilim sairão vencedores. Irás cumprir o teu acordo com o Mão Negra e ficar segura. Esta é a minha prioridade mesmo se custar a minha vida. Suspeito que ao leres isto irás ficar zangada. Será difícil perdoar-me. Eu prometi que ficaríamos juntos no fim , e poderás ressentir-me por quebrar a promessa. Quero que saibas que fiz tudo para manter a minha palavra. Enquanto escrevo isto, penso em todas as possibilidades de que no veremos no fim. Espero encontrar uma maneira. Mas se eu tiver que escolher entre eu e tu, escolho-te a ti. Sempre escolhi.
Com todo o meu Amor,
Patch
O cristal brilhava
intensamente, lá fundo da minha existência sabia que era errado fazê-lo,
mas tinha de consegui-lo, apoderam-me daquele objecto que perscrutava
no meu intimo se realmente deveria faze-lo. Se a minha alma era
integralmente demoníaca ou existia uma réstia de humanidade e bondade no
meu âmago.
Não! Gritou um voz na minha mente, que reconheci como sendo a minha. Eu sou e serei assim, uma Demónio insana, que se alimenta do sofrimento dos mortais. Aquela que em nenhum momento conheceu o céu, como os seus superiores. Aquela que tinha de obedecer ao supremo senhor da maldade, Lucifer. O seu adorado senhor, a quem o trono fora roubado por seres da sua raça, que o escorraçaram da sua casa, condenando-o a viver preso aos mortais. Aquele a quem cortaram as assas. Aquele a quem eu prestara vassalagem, a criatura na qual depositava toda a minha confiança, todo o meu amor jovial, toda a minha essência, toda a minha vida…
Precisava dele. O cristal era essencial para a sua missão. Qualquer obstáculo seria eliminado. Poderia ter corrido todo bem, se ele não aparecesse. Inicialmente pensei que de um humano se tratasse, se assim fosse, não teria com que se preocupar, seria invisível aos seus olhos mortais, cegos pela racionalidade que os impedia de ver mais além, de comtemplar as criaturas criadas por uma entidade superior, a qual nunca conseguiriam alcançar. Preferia que assim tivesse sido, que me encontrasse por ser sem um pingo de poder no seu sangue, no seu corpo; Mas então o homem vociferou:
- Que deseja uma criatura, como tu, de alguém como eu?
- Diz-me, se não estou perante um humano- cuspi todo o meu ódio e escárnio naquela palavra, ele estremeceu- encontro-me perante que criatura?
A sua gargalhada seca e gélida ribombou pelo ar. Parecia surpreendido pela minha ignorância. Decerto que não desconfiava que eu ainda era um bebé, que dava os primeiros passos para a sua maléfica existência. Uma pequena alma, ainda incapaz de distinguir a realidade do imaginário, já que a minha percepção de tempo era diferente da sua.
- Não reconheces. A raça que fora escorraçada do céu… - o seu sorriso demonstrava um certo gozo da situação.
- Significa que estou perante…
- Sim… - interrompeu-me secamente, o seu sorriso abriu-se mais, mostrando uns dentes perfeitamente alinhados e brancos. Deslizou os dedos pelo seu cabelo acastanhado, tentando criar um clima de suspense e começando a dar comigo em doida.
- Fala! – ordem, ainda mais enraivecida da que normalmente – Diz-me o que és!
Voltou a sorrir. Estava de certo a apreciar a minha fúria, a minha irritação, mas se as apreciava assim tanto, iria então experimenta-las. Mas antes que agisse respondeu:
- Sou um anjo caído!
Era óbvio que me encontrava perante um desses seres. Embora venerasse Lucifer, aquela raça, os anjos caídos era algo que me repugnava. Apesar de tirem a sua essência corrompida pela maldade, sempre perdurava um pingo de inocência e bondade na sua existência, anteriormente angelical.
O homem continuava a observar-me. Talvez porque pensasse que depois identificar-se eu ficaria boquiaberta, mas mal poderia imaginar o que eu era. Que a minha alma demónica se sobrepunha a qualquer outro sentimento ou valor minimamente humano. O Homem, outra criação repugnante daquele que escorraçara o ser que eu mais respeitava.
- Então, não ficas surpreendida?- perguntou- Decerto que já desconfiavas… Mas agora é a tua vez de abrires o jogo. Sei que vens atrás do cristal, tal como muitos outros tentaram, embora muitos dos meus irmãos tivessem sido sacrificados, nunca ninguém conseguiu… Sei que não és mortal, estás muito longe de sê-lo, mas diz-me… que criatura és realmente?
A minha gargalhada seca e histérica ecoou pelo ar. Quem pensava ele que era para formular tal questão. Pensara, em segundos que soubesse mas aparentemente dera-lhe mais valor do que realmente merecia possuir.
- Sabes… já vi de tudo… - continuou, como que se a minha existência fosse insignificante – Arcanjos que se ajoelharam aos meus pés, suplicando-lhe que lhas concedesse esta dádiva, – apontou com o queixo para o cristal, translúcido, que incrivelmente assumia a forma de umas assas, não as assas de uma qualquer ave, mas sim as mais belas, as assas de um anjo – lutei contra nefelins, possivelmente contra algum dos meus filhos – soltou um riso seco - vi irmãos combaterem por ele. Lutas demasiado sangrentas para um mortal pudesse sequer imaginar… Até mesmo eu sofri… tive a minha pele arrancada do meu corpo vezes sem conta, senti que iria morrer quando as armas me atravessam, mas a minha existência impedia que a minha vida fosse ceifada, se é que lhe posso chamar vida… Mas nunca pensei que merecesse a visita da tua raça…
- Isso significa que sabes o que sou? – a fúria fervilhava em mim, no meu sangue negro e espesso que pulsava dentro de mim – Se o sabias, porque perguntas-te?
-Queria ouvi-lo da tua boca… - respondeu com escárnio – Mas visto que não me dás esse prazer… Eu revelo-o… És um demónio… Demasiado jovem por sinal…
- Como sabes? – a fúria aumentava cada vez mais dentro de mim, tinha de faze-lo sofrer, libertar dentro de mim este desejo por sangue.
- A verdade é que já ando por aqui há uns aninhos… - riu-se novamente, aquele som não poderia ser mais irritante – Conheço até Lucifer… - agora sim, o meu queixo caíra por terra, como é que ele poderia… não era impossível – pessoalmente…
Não aguentei mais, como é que ele podia proferir tais blasfémias sem ser punido. Seria agora, que a demência tomaria conta da minha mente insana. Seria agora, que descarregaria toda a minha revolta, embora soubesse que acontece o que acontecesse, nenhum de nós sairia realmente magoado desta batalha.
Retirei então, a adaga da bainha, investi contra ele, mirando o lugar onde se o possuísse, estaria o seu coração. Também desembainhou uma arma, que nunca antes vira, assemelhava-se a um punhal, mas mais comprido, mas fino, mais pontiagudo, de punhal cravejado a ouro. O anjo caído bloqueava todas as minhas investidas. Mas não atacava, limitava-se à defesa.
Foi então que empunhou a sua arma e deferiu um golpe em cheio no centro do meu peito. Pensei que não seria afetada, mas enganara-me. O metal cravado na minha pele, parecia queima-la, como as labaredas do inferno, mas de uma forma dolorosamente insuportável.
Cai por terra, ajoelhando-me, tentando retirar aquele objeto que me impingia tanta aflição, mas quanto mais tentava fazê-lo, mais ele se afundava em mim.
- Pensavas mesmo que não estaria protegido contra seres da tua laia? – cuspiu, levantando a minha cabeça pelos cabelos – diz ao Lucifer que ele nunca conseguirá aquilo!
Mal acabava de proferir tais palavras, já ele desaparecia, junto com o cristal. E eu contorcia-me com uma dor que nunca antes pensara experimentar, tossindo em sangue negro, o meu futuro incerto.
- Como é que vou explicar à minha mãe? Não… a sério, tu não sabes como
ela é… Como é que quiser que eu lhe diga que tu vais viver para minha
casa?- Nem sequer pensava no facto de ele ter-me beijado. Só no que a
minha mãe me faria se apanhasse um rapaz em casa.
- É para tua proteção… - desabafou. Nem mesmo ele parecia satisfeito com aquela situação, decerto que eram ordens.
- A minha m… - deixei a frase a meio. Uma dor aguda queimou-me o peito. Um grito de dor afogou-se na minha garganta, levei a mão ao local onde a sofrimento me consumia, me devorava. Mickael balbuciou algo, imperceptível ao meio cérebro, perfurado por agulhas de agonia.
O quarto girou em torno da cama. A esbelta figura do arcanjo desfigurou-se metamorfoseando-se num ponto negro, que parecia consumir toda a luz à nossa volta.
Uma tosse incontrolável cresceu na minha garganta, trazendo consigo o sabor metálico que embora conhecido, permanecia oculto perante o pânico me corroía. Queria parar aquilo, mas não conseguia… Tossi e voltei a tossir, as minhas mãos eram cobertas de sangue.
Continuaria assim se Patch não tivesse aparecido, pegou-me gentilmente nas mãos. As palavras que me sussurrava domaram a dor que me corrompia, a tosse cessou e o quarto volta ao que era antes.
- Nora estás bem?- a preocupação e a ternura transbordavam na voz de Patch. Fixava-me com o olhar, os seus olhos percorreram o meu corpo, numa tentativa de verificar que me encontrava bem, até pousarem nas minhas mãos- O que é que…?
Observei-as, o sangue ensopava-as. Não o sangue vermelho que me corria nas veias. Mas sim um fluído negro e pegajoso, semelhante a crude.
- O que é isto?- perguntei num fio de voz.
- Sangue de demónio… - respondeu Miriam que até então permanecia calada, a um canto.
Debati-me inutilmente, vendo o meu corpo petrificar perante o contacto com aquela arma. Queria mover-me, arranca-la do meu corpo, destrui-la com as chamas que me enfureciam, mas não conseguia. A dor perfurava todo o meu âmago, gelando todas as minhas entranhas. Até o sangue que outrora jorrava da minha boca, secara.
- Talvez o meu fim esteja próximo… - dei por mim a sussurrar – O que será pior que o inferno? – perguntei retoricamente. Até que… nada… a dor desaparecera, como que se nunca se tivesse alojado no meu ser. Agradeci ao que quer que fosse responsável pelo meu alivio, murmurando entre dentes, uma prece demónica para que nenhum mal, provocado pelos meus semelhantes, se alojasse na sua existência. Estava presa nos meus pensamentos que nem apercebi-me da sua presença.
- Então o que te fizeram? – perguntou em tom de chacota, por entre risadas infantis e secas.
Com dificuldade movi a cabeça, para observa-la. Só pela sua voz conseguira identifica-la, mas necessitava de ter a certeza de que era ela. Observei-a. Estava sentada, sobre um muro de pedra negra, iluminada pela noite como uma musa, o seu cabelo escarlate ondulava com a brisa, lambendo-lhe as faces, como as labaredas das profundezas o faziam. Como de costume envergava um vestido negro, bordado com fios de sangue humano coagulado, que insinuava o seu corpo bem definido. Era a Demónio mais bela da história, segundo rezava a lenda, mas ao contrário de muitas eu não invejava o seu cabelo, os seus olhos dourados, mas sim o seu poder.
- Deixa-te disso… -respondi secamente – agora se não te importas, tira-me isto.
- Não precisas de estar frustrada… - zombou – A culpa não é tua. Deveriam ter enviado alguém poderoso… Não uma simples criança como tu…
A cólera fervelhou, dentro de mim. Cresceu e dizimou qualquer réstia de calma e controlo que restasse em mim, avolumou e rebentou. Estalidos de raiva viajaram pelo meu sangue negro até atingir o auge e sem que o meu corpo aguenta-se mais, explodiu em labaredas que queimaram o alcatrão, onde me encontrava estendida, até atingirem o local onde a Demónio se encontrava.
-Ok… acalma-te lá… Subestimei-te… - desculpou-se – Agora podes apaga-lo?
Reprimi a ira com grande custo. Então ela desceu da sebe, caminhou lentamente, movendo-se agilmente pelo fogo que ainda não se extinguira, no seu perfeito habitat. Aproximou-se de mim. Esticou a sua delicada mão e com dificuldade retirou o objecto cravejado na minha carne.
- Temos aqui um belo trabalho… - disse observando a arma – É feita de metal celeste, fabricado pelos arcanjos… Maligno a todos os seres das trevas… por isso pega-lhe sempre no punho – aconselhou – Adoraria saber mais acerca desta ocorrência, mas não é por isso que me encontro aqui.
- Então? – perguntei, levantando-me pesarosamente – O que é assim tão importante que te tenha tirado das profundezas da nossa casa?
- Um reles mortal… - cuspiu com desdém.
- O que queres dizer?
- A ligação… Existiu contacto entre ti e esse mortal desprezível…
Como prometido está aqui a carta de Patch para Nora em Português e mais um capítulo da FanFic.
Meu Anjo
A maior das minhas esperanças é que tu nunca tenhas de ler isto. Vee sabe que tem de te dar esta carta apenas se a minha pena seja queimada e eu esteja acorrentado no inferno, ou se Blakely tiver inventado o protótipo de uma arma forte o suficiente para me matar. Quando a guerra entre as nossas raças começar não sei o que será do nosso futuro. Quando penso em ti, e nos nossos planos, sinto uma dor desesperada. Nunca quis que as coisas ficassem bem como estão agora.
Antes de eu deixar este mundo, preciso de ter a certeza de que saibas que todo o meu amor te pertence. Os meus sentimentos por ti agora são mesmo antes do Changeover Vow. És minha. Sempre. Adoro a força, coragem e bondade da tua alma. Adoro o teu corpo também. Como é que alguém tão sexy e perfeita ser minha? Contigo tenho um propósito- alguém para amar, cuidar e proteger.
Existem segredos do meu passado que pesam na tua cabeça. Confias-te em mim o suficiente para não me perguntares sobre eles, e foi a tua fé que me tem tornado um homem melhor. Não quero deixar-te com algo escondido entre nós. Eu disse-te que fui banido do paraíso por me apaixonar por uma rapariga humana. A maneira como eu expliquei, eu risquei tudo para estar com ela. Eu disse estas palavras porque elas simplificavam as minhas motivações. Mas não eram verdade. A verdade era que eu já não me encantava com os objectivos dos arcanjos e quis revoltar-me contra eles e as suas regras. Aquela rapariga foi uma desculpa para largar a minha antiga maneira de viver e aceitar uma nova jornada que me levaria a ti. Eu acredito em destino. Meu Anjo. Acredito que todas as escolhas que eu fiz me trouxeram para mais perto de ti. Eu olhei por ti durante muito tempo. Posso ter caído do paraíso mas apaixonei-me por ti.
Farei todos os possíveis para ganhares esta guerra. Os Nephilim sairão vencedores. Irás cumprir o teu acordo com o Mão Negra e ficar segura. Esta é a minha prioridade mesmo se custar a minha vida. Suspeito que ao leres isto irás ficar zangada. Será difícil perdoar-me. Eu prometi que ficaríamos juntos no fim , e poderás ressentir-me por quebrar a promessa. Quero que saibas que fiz tudo para manter a minha palavra. Enquanto escrevo isto, penso em todas as possibilidades de que no veremos no fim. Espero encontrar uma maneira. Mas se eu tiver que escolher entre eu e tu, escolho-te a ti. Sempre escolhi.
Com todo o meu Amor,
Patch
Capítulo 6 - Crude
I parte
Não! Gritou um voz na minha mente, que reconheci como sendo a minha. Eu sou e serei assim, uma Demónio insana, que se alimenta do sofrimento dos mortais. Aquela que em nenhum momento conheceu o céu, como os seus superiores. Aquela que tinha de obedecer ao supremo senhor da maldade, Lucifer. O seu adorado senhor, a quem o trono fora roubado por seres da sua raça, que o escorraçaram da sua casa, condenando-o a viver preso aos mortais. Aquele a quem cortaram as assas. Aquele a quem eu prestara vassalagem, a criatura na qual depositava toda a minha confiança, todo o meu amor jovial, toda a minha essência, toda a minha vida…
Precisava dele. O cristal era essencial para a sua missão. Qualquer obstáculo seria eliminado. Poderia ter corrido todo bem, se ele não aparecesse. Inicialmente pensei que de um humano se tratasse, se assim fosse, não teria com que se preocupar, seria invisível aos seus olhos mortais, cegos pela racionalidade que os impedia de ver mais além, de comtemplar as criaturas criadas por uma entidade superior, a qual nunca conseguiriam alcançar. Preferia que assim tivesse sido, que me encontrasse por ser sem um pingo de poder no seu sangue, no seu corpo; Mas então o homem vociferou:
- Que deseja uma criatura, como tu, de alguém como eu?
- Diz-me, se não estou perante um humano- cuspi todo o meu ódio e escárnio naquela palavra, ele estremeceu- encontro-me perante que criatura?
A sua gargalhada seca e gélida ribombou pelo ar. Parecia surpreendido pela minha ignorância. Decerto que não desconfiava que eu ainda era um bebé, que dava os primeiros passos para a sua maléfica existência. Uma pequena alma, ainda incapaz de distinguir a realidade do imaginário, já que a minha percepção de tempo era diferente da sua.
- Não reconheces. A raça que fora escorraçada do céu… - o seu sorriso demonstrava um certo gozo da situação.
- Significa que estou perante…
- Sim… - interrompeu-me secamente, o seu sorriso abriu-se mais, mostrando uns dentes perfeitamente alinhados e brancos. Deslizou os dedos pelo seu cabelo acastanhado, tentando criar um clima de suspense e começando a dar comigo em doida.
- Fala! – ordem, ainda mais enraivecida da que normalmente – Diz-me o que és!
Voltou a sorrir. Estava de certo a apreciar a minha fúria, a minha irritação, mas se as apreciava assim tanto, iria então experimenta-las. Mas antes que agisse respondeu:
- Sou um anjo caído!
II parte
Era óbvio que me encontrava perante um desses seres. Embora venerasse Lucifer, aquela raça, os anjos caídos era algo que me repugnava. Apesar de tirem a sua essência corrompida pela maldade, sempre perdurava um pingo de inocência e bondade na sua existência, anteriormente angelical.
O homem continuava a observar-me. Talvez porque pensasse que depois identificar-se eu ficaria boquiaberta, mas mal poderia imaginar o que eu era. Que a minha alma demónica se sobrepunha a qualquer outro sentimento ou valor minimamente humano. O Homem, outra criação repugnante daquele que escorraçara o ser que eu mais respeitava.
- Então, não ficas surpreendida?- perguntou- Decerto que já desconfiavas… Mas agora é a tua vez de abrires o jogo. Sei que vens atrás do cristal, tal como muitos outros tentaram, embora muitos dos meus irmãos tivessem sido sacrificados, nunca ninguém conseguiu… Sei que não és mortal, estás muito longe de sê-lo, mas diz-me… que criatura és realmente?
A minha gargalhada seca e histérica ecoou pelo ar. Quem pensava ele que era para formular tal questão. Pensara, em segundos que soubesse mas aparentemente dera-lhe mais valor do que realmente merecia possuir.
- Sabes… já vi de tudo… - continuou, como que se a minha existência fosse insignificante – Arcanjos que se ajoelharam aos meus pés, suplicando-lhe que lhas concedesse esta dádiva, – apontou com o queixo para o cristal, translúcido, que incrivelmente assumia a forma de umas assas, não as assas de uma qualquer ave, mas sim as mais belas, as assas de um anjo – lutei contra nefelins, possivelmente contra algum dos meus filhos – soltou um riso seco - vi irmãos combaterem por ele. Lutas demasiado sangrentas para um mortal pudesse sequer imaginar… Até mesmo eu sofri… tive a minha pele arrancada do meu corpo vezes sem conta, senti que iria morrer quando as armas me atravessam, mas a minha existência impedia que a minha vida fosse ceifada, se é que lhe posso chamar vida… Mas nunca pensei que merecesse a visita da tua raça…
- Isso significa que sabes o que sou? – a fúria fervilhava em mim, no meu sangue negro e espesso que pulsava dentro de mim – Se o sabias, porque perguntas-te?
-Queria ouvi-lo da tua boca… - respondeu com escárnio – Mas visto que não me dás esse prazer… Eu revelo-o… És um demónio… Demasiado jovem por sinal…
- Como sabes? – a fúria aumentava cada vez mais dentro de mim, tinha de faze-lo sofrer, libertar dentro de mim este desejo por sangue.
- A verdade é que já ando por aqui há uns aninhos… - riu-se novamente, aquele som não poderia ser mais irritante – Conheço até Lucifer… - agora sim, o meu queixo caíra por terra, como é que ele poderia… não era impossível – pessoalmente…
Não aguentei mais, como é que ele podia proferir tais blasfémias sem ser punido. Seria agora, que a demência tomaria conta da minha mente insana. Seria agora, que descarregaria toda a minha revolta, embora soubesse que acontece o que acontecesse, nenhum de nós sairia realmente magoado desta batalha.
Retirei então, a adaga da bainha, investi contra ele, mirando o lugar onde se o possuísse, estaria o seu coração. Também desembainhou uma arma, que nunca antes vira, assemelhava-se a um punhal, mas mais comprido, mas fino, mais pontiagudo, de punhal cravejado a ouro. O anjo caído bloqueava todas as minhas investidas. Mas não atacava, limitava-se à defesa.
Foi então que empunhou a sua arma e deferiu um golpe em cheio no centro do meu peito. Pensei que não seria afetada, mas enganara-me. O metal cravado na minha pele, parecia queima-la, como as labaredas do inferno, mas de uma forma dolorosamente insuportável.
Cai por terra, ajoelhando-me, tentando retirar aquele objeto que me impingia tanta aflição, mas quanto mais tentava fazê-lo, mais ele se afundava em mim.
- Pensavas mesmo que não estaria protegido contra seres da tua laia? – cuspiu, levantando a minha cabeça pelos cabelos – diz ao Lucifer que ele nunca conseguirá aquilo!
Mal acabava de proferir tais palavras, já ele desaparecia, junto com o cristal. E eu contorcia-me com uma dor que nunca antes pensara experimentar, tossindo em sangue negro, o meu futuro incerto.
III parte
- É para tua proteção… - desabafou. Nem mesmo ele parecia satisfeito com aquela situação, decerto que eram ordens.
- A minha m… - deixei a frase a meio. Uma dor aguda queimou-me o peito. Um grito de dor afogou-se na minha garganta, levei a mão ao local onde a sofrimento me consumia, me devorava. Mickael balbuciou algo, imperceptível ao meio cérebro, perfurado por agulhas de agonia.
O quarto girou em torno da cama. A esbelta figura do arcanjo desfigurou-se metamorfoseando-se num ponto negro, que parecia consumir toda a luz à nossa volta.
Uma tosse incontrolável cresceu na minha garganta, trazendo consigo o sabor metálico que embora conhecido, permanecia oculto perante o pânico me corroía. Queria parar aquilo, mas não conseguia… Tossi e voltei a tossir, as minhas mãos eram cobertas de sangue.
Continuaria assim se Patch não tivesse aparecido, pegou-me gentilmente nas mãos. As palavras que me sussurrava domaram a dor que me corrompia, a tosse cessou e o quarto volta ao que era antes.
- Nora estás bem?- a preocupação e a ternura transbordavam na voz de Patch. Fixava-me com o olhar, os seus olhos percorreram o meu corpo, numa tentativa de verificar que me encontrava bem, até pousarem nas minhas mãos- O que é que…?
Observei-as, o sangue ensopava-as. Não o sangue vermelho que me corria nas veias. Mas sim um fluído negro e pegajoso, semelhante a crude.
- O que é isto?- perguntei num fio de voz.
- Sangue de demónio… - respondeu Miriam que até então permanecia calada, a um canto.
IV parte
Debati-me inutilmente, vendo o meu corpo petrificar perante o contacto com aquela arma. Queria mover-me, arranca-la do meu corpo, destrui-la com as chamas que me enfureciam, mas não conseguia. A dor perfurava todo o meu âmago, gelando todas as minhas entranhas. Até o sangue que outrora jorrava da minha boca, secara.
- Talvez o meu fim esteja próximo… - dei por mim a sussurrar – O que será pior que o inferno? – perguntei retoricamente. Até que… nada… a dor desaparecera, como que se nunca se tivesse alojado no meu ser. Agradeci ao que quer que fosse responsável pelo meu alivio, murmurando entre dentes, uma prece demónica para que nenhum mal, provocado pelos meus semelhantes, se alojasse na sua existência. Estava presa nos meus pensamentos que nem apercebi-me da sua presença.
- Então o que te fizeram? – perguntou em tom de chacota, por entre risadas infantis e secas.
Com dificuldade movi a cabeça, para observa-la. Só pela sua voz conseguira identifica-la, mas necessitava de ter a certeza de que era ela. Observei-a. Estava sentada, sobre um muro de pedra negra, iluminada pela noite como uma musa, o seu cabelo escarlate ondulava com a brisa, lambendo-lhe as faces, como as labaredas das profundezas o faziam. Como de costume envergava um vestido negro, bordado com fios de sangue humano coagulado, que insinuava o seu corpo bem definido. Era a Demónio mais bela da história, segundo rezava a lenda, mas ao contrário de muitas eu não invejava o seu cabelo, os seus olhos dourados, mas sim o seu poder.
- Deixa-te disso… -respondi secamente – agora se não te importas, tira-me isto.
- Não precisas de estar frustrada… - zombou – A culpa não é tua. Deveriam ter enviado alguém poderoso… Não uma simples criança como tu…
A cólera fervelhou, dentro de mim. Cresceu e dizimou qualquer réstia de calma e controlo que restasse em mim, avolumou e rebentou. Estalidos de raiva viajaram pelo meu sangue negro até atingir o auge e sem que o meu corpo aguenta-se mais, explodiu em labaredas que queimaram o alcatrão, onde me encontrava estendida, até atingirem o local onde a Demónio se encontrava.
-Ok… acalma-te lá… Subestimei-te… - desculpou-se – Agora podes apaga-lo?
Reprimi a ira com grande custo. Então ela desceu da sebe, caminhou lentamente, movendo-se agilmente pelo fogo que ainda não se extinguira, no seu perfeito habitat. Aproximou-se de mim. Esticou a sua delicada mão e com dificuldade retirou o objecto cravejado na minha carne.
- Temos aqui um belo trabalho… - disse observando a arma – É feita de metal celeste, fabricado pelos arcanjos… Maligno a todos os seres das trevas… por isso pega-lhe sempre no punho – aconselhou – Adoraria saber mais acerca desta ocorrência, mas não é por isso que me encontro aqui.
- Então? – perguntei, levantando-me pesarosamente – O que é assim tão importante que te tenha tirado das profundezas da nossa casa?
- Um reles mortal… - cuspiu com desdém.
- O que queres dizer?
- A ligação… Existiu contacto entre ti e esse mortal desprezível…
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Finale!
Olá a Todos!
Confirma-se a minha suspeita... Finale está disponível em Inglês no WOOK. Pelo que está no site, penso que será entregue 24 horas depois do pedido. Também é possível encomendar pela Amazon, mas irá demorar mais tempo. Vou contactar outra vez a Porto Editora para saber uma data para Finale em Português e amanhã postarei a tradução da carta de Patch para Nora.
http://www.wook.pt/ficha/finale/a/id/13056071
Confirma-se a minha suspeita... Finale está disponível em Inglês no WOOK. Pelo que está no site, penso que será entregue 24 horas depois do pedido. Também é possível encomendar pela Amazon, mas irá demorar mais tempo. Vou contactar outra vez a Porto Editora para saber uma data para Finale em Português e amanhã postarei a tradução da carta de Patch para Nora.
http://www.wook.pt/ficha/finale/a/id/13056071
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Carta de Patch para Nora!
Olá a Todos!
Para celebrar o dia dos namorados Becca Fitzpatrick divulgou no seu site uma carta de amor de Patch para Nora. Adorei a carta! Espero que gostem. Para a lerem (em inglês) basta clicar AQUI.
Penso é possível encomendar o livro Finale na fnac em inglês.
P.S: A carta contém alguns spoilers sobre Finale!
Para celebrar o dia dos namorados Becca Fitzpatrick divulgou no seu site uma carta de amor de Patch para Nora. Adorei a carta! Espero que gostem. Para a lerem (em inglês) basta clicar AQUI.
Penso é possível encomendar o livro Finale na fnac em inglês.
P.S: A carta contém alguns spoilers sobre Finale!
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Nova Afiliação!
Olá a Todos!
Temos um novo afiliado! O blogue "Quantas Estrelas Há no Céu?" pertence à Sara e lá ela publica as suas fics e seus pensamentos. Para acederem ao Blogue basta carregar na imagem.
Temos um novo afiliado! O blogue "Quantas Estrelas Há no Céu?" pertence à Sara e lá ela publica as suas fics e seus pensamentos. Para acederem ao Blogue basta carregar na imagem.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
FanFic
Olá a Todos!
Aqui vai um novo capítulo da Fic. Se tiverem sugestões para um nome basta enviar um mail para o email do blogue.
O perfume de floresta entranhava-se no meu nariz, fazendo que acordasse, mesmo assim permaneci de olhos fechados, tentando perceber se estava a sonhar. Se o amor que sabia agora me pertencer era verdadeiro ou apenas um simples truque de uma mente desprovida de sentimentos, esperando que algo tão belo lhe toque o coração.
Poderia continuar assim, pressa aos meus pensamentos, vagueando pelos meus sentimentos, até perceber finalmente o que se passava, mas as mãos que me acariciavam as faces e afagavam o cabelo obrigaram-me a abrir os olhos.
Lentamente, as pesadas pálpebras, ergueram-se mostrando-me, no início, um pouco da imagem desfocada, que rapidamente me revelava as belas feições de um rapaz. Os seus caracóis negros, emoldaram um belo sorriso, não sedutor, apenas quente, até mesmo infantil e muito amoroso, a sua mão, que antes pousava no meu rosto, encaminhava-se para a minha mão, agarrando-a.
Demorei apenas um fração de segundos para que recordasse todo o que acontecera. As memórias, das últimas vinte e quatro horas, surgiam claramente na minha mente.
Os meus lábios, numa tentativa fracassada, quiseram mexer-se, mas o indicador do rapaz que me acompanhava impediu que o fizesse.
- Não te forces, meu Anjo… - pediu, docemente- a rainha dos arcanjos exerceu demasiado poder… Eu tinha de impedi-la, mas mesmo assim não fui capaz de quebrar…
«Não te martirizes … tu nada poderias ter feito…» sussurrei no sua mente.
As suas mãos agarraram o meu rosto, comprimindo-o com delicadeza. Encarou-me, os seus olhos negros, estavam baços, revelando que a tristeza tomara conta deles, mas agora começavam a brilhar. O sentimento de culpa que o atacava desanuviou-se. Inclinou o seu rosto sobre o meu, sem deixar que a nossa ligação ocular fosse quebrada. O seu nariz roçou o meu criando um calor intenso em mim. Sentia a sua respiração pesada, não de medo, mas de um sentimento incontrolável que tentava manter dominado, o seu perfume viajava pelo meu olfacto, transportando consigo um sentimento de nostalgia. Queria beija-lo. Sem pensar colei os meus lábios nos seus, um calor electrizante percorreu todo o meu âmago, a minha boca abriu-se para receber a sua essência, a energia daquele contacto deslizou-me pela garganta, explodindo no meu estômago. Percorri os seus cabelos negros, com os dedos, mesmo não recordando tudo, sabia que o que sentia por ele era verdadeiro e aquele momento também. Era algo pelo qual os dois esperávamos sem demora, mesmo que no meu caso fosse inconsciente.
O chiar das dobradiças da porta daquela divisão, fez com que o nosso momento mágico fosse quebrado. Uma rapariga, que segundos depois identifiquei como sendo Miriam, seguia um rapaz belo, de uma farta cabeleira loira e encaracolada, e uns profundos, doces e sedutores olhos azuis. Patch afastou-se, tomando a sua posição inicial.
- Como te sentes? – inquiriu Miriam preocupada.
- Bem… – a minha voz saiu mais rouca do que alguma vez a ouvira, Patch tinha razão, não me devia forçar.
- Peço desculpa, em nome da minha rainha – proferiu o rapaz. A sua voz profunda acalmou a dor que o beijo de Patch conseguira apagar, totalmente – Devo dizer que mesmo com tanta energia gasta, as informações necessárias continuam apagadas. Tudo o que se conseguiu recolher foram meros fragmentos da sua relação com o anjo caído – dirigiu-se a Patch com desprezo- tudo o resto já é nosso conhecido. A meu ver, a conexão com o demónio ainda não foi desfeita, receio que terei de intervir.
-Demónio? – sussurrei assustada. Onde é que a minha vida irá parar?
Patch abanava a cabeça em forma de desaprovação, decerto não concordava com o que o rapaz dissera, mas nada parecia poder dizer ou fazer, deixou-se ficar imóvel, sentado na cadeira. Miriam observava-me com uma centelha de preocupação no olhar. Ao reparar que a encarava, sorriu-me. Não era o sorriso divertido que lhe vira quando a conhecera, era um sorriso plástico, forçado, tentando ao máximo tranquilizar-me. Mas o feito fora o contrário. Estava ainda mais assustada, com aquilo que me disseram. O facto de ter perdido a memória e possuir uma ligação com um suposto demónio. Já para não falar que os anjos e os demónios existiam, e sabe-se lá mais o quê… Estava a entrar em completo curto-circuito, quando a voz do rapaz ecoou na divisão.
- Tão certo é existirem anjos como demónios. Somos forças que se equilibram uma com a outra. Ao contrário do que os… - parou um segundo para pensar no que chamaria à minha espécie- … humanos – decerto que nos chamaria de mortais idiotas que só fazem merda, ou melhor blasfemos nojentos que pensam que são o centro do mundo. Mesmo que aparentasse ser muito angelical, a maneira como pronunciara a palavra “humanos”, refletia todo aquilo que ele pensava- pensem ou digam de não passem de mero mito, nós existimos! Somos tão reais como tu, como os animais que o nosso deus criou…
Miriam tossicou, talvez para aclarar a garganta ou até mesmo para deixar a conversa por ali. Patch continuava a observar-me, desviando o máximo possível o olhar do rapaz.
- Devo informar que de agora em diante, visto que é um caso excecional, eu serei o vosso protetor – informou.
- O quê? – exaltou-se Patch, o ódio parecia começar a consumir-lhe o olhar. Numa tentativa de o acalmar, agarrei-lhe a mão com força – Ela não precisa da tua proteção. Eu…
- Tu o quê? Não passas de um reles anjo caído. Que podes tu fazer? Não passas de um insecto que eu posso esmagar a qualquer hora. Ela é demasiado importante para que seja deixada às mãos de um…
- As mãos de um quê? – a fúria estalou finalmente entra eles, o meu amado levantara-se, tentando mostrar que era bem capaz de tal tarefa. Eu continuava deitada, sem sequer conseguir mexer-me, tentando encontrar uma forma para eles parassem com aquele briga idiota.
- Parem!- vociferou Miriam, que até então permaneci tão imóvel quanto eu – Desculpe-me senhor – pediu ao rapaz loiro – pelos actos dele, eu responsabilizo-me pela sua afronta.
Patch estava deveras fulo, mas nada disse, sentou-se sem protestar, enquanto fulminava o outro com o olhar. Já o outro rapaz, não pareceu importar-se continuava no seu pedestal, olhando-nos lá de cima.
- Como eu dissera, fui designada como seu anjo protector… - começou – Tenho o prazer de proteger tão bela dama. Seria rude se não me apresentasse. Sou Mickael, príncipe dos Arcanjos e agora seu protector…
Estava de queixo caído. Mas Patch estava mais furioso do que alguma vez vira.
Ok, os anjos existem, mesmo… tal como os anjos caídos, e os demónios… E agora eu tinha um anjo protector, ou seja uma espécie de anjo da guarda… Porque eu corro perigo… e tenho uma suposta ligação com um demónio… e as minhas memórias foram apagadas, algo deveras importante para os arcanjos…
Se me dissessem tudo isto, eu provavelmente iria pensar que a pessoa era uma alucinada mental ou que estava a gozar com a minha cara. Mas não, era verdade.
A atmosfera de tensão continuava a pairar sobre nós. Patch fulminava Mickael com o olhar e este apenas o ignorava. Miriam continuava ali, tentando transmitir-me o máximo de conforto e tranquilidade e eu, como que presa àquela cama, de maravilhosos lençóis de seda negra.
- Agora que já se encontram a par das ocorrências, peço-te que saias – o loiro não pedia, simplesmente ordenava.
Miriam abriu a porta imediatamente e saiu, já Patch barafustou algo, beijou-me ternamente e saiu. Aquele beijo propagou energia por todo o meio o corpo, que fez com que me revigorasse.
Estava presa nos meus pensamentos que nem mesmo notei que Mickael se sentara na cadeira que Patch outrora ocupara e observava-me fixamente.
- Não sei o que vês nele – já não utilizava aquele tom de voz autoritário, era apenas… doce.
- Eu…
- Não precisas de explicar… - suspirou – mas devo informar-te que ele cometeu algo de muito errado… Algo imperdoável… De qualquer modo, agora terás de levar comigo, durante uns tempos… – brincou, soltando uma gargalhada quente e agradável – Mas preciso de entrar na tua mente, se me deixares é claro, segundo as regras do anjos, eu não posso faze-lo sem que o humano em causa autorize.
- É claro… acho eu… - respondi confusa.
Sem qualquer demora, aproximou a sua face da minha, comprimiu-a com as suas mãos firmes e suaves. Conseguia ouvir a sua respiração. Não era ofegante como a de Patch, esta
encontrava-se muito controlada. Os seus olhos fincaram os meus, aquele azul era tão profundo como o negro de Patch, mas este era mais frio, sem sentimentos. Viajava por aquele azul, enquanto os seus lábios rasgavam a minha boca.
Viajei, então por memórias passadas, que se projetavam na minha mente como flashes acelerados. Não era doloroso como fora a experiencia com a mulher de olhar violeta, era simplesmente nostálgico e muito triste.
Na grande maioria das memórias, encontrava-me com Patch, noutras com Vee e ainda com a minha mãe. Mas aquela, do meu pai era diferente. Este, encontrava-se sentado no cadeirão vermelho da grande sala de estar, bebericando o seu chocolate quente, enquanto lia o seu jornal diário. A minha mãe, sentada no sofá observava-o, com um olhar de uma jovem apaixonada e sonhadora, já eu, encontrava-me colada ao televisor, vendo um talk show idiota qualquer.
Tudo parecia perfeito, até que o riso histérico e maligno de alguém destorceu aquela realidade. Tudo ficou negro, sem vida. Uma lágrima correu pelo rosto do meu pai. Fui transportada para outra visão. Já não era apenas uma observadora, como nas outras visões, estava dentro de alguém, presenciando o alguém sentia.
A rua estava vazia, sem vivalma, apenas os meus passos ecoavam na noite sem estrelas. A lua observava-me, pálida, sorrindo para mim. Suspirei, um sentimento de terror percorreu a minha espinha, erriçando os pelos de todo o meu corpo. Pressenti a sua presença, sabia que estava ali, bem atrás de mim. Virei-me para confrontar a criatura. Esta lançou-me um sorriso de escarnio, levou a mão ao bolso, retirando um pequeno revolver branco, com punho de marfim. Queria fugir mas as minhas pernas estavam demasiado pesadas para que conseguisse fazê-lo, os meus pés pareciam estar presos ao chão e o tempo, esse parecia encontrar-se em camara lenta.
Apertou o gatilho, uma bala rápida perfurou o meu corpo, como se nada fosse. Senti-me a queimar por dentro, como se aquele metal contivesse algo que me afectava, e muito. O sangue começou a jorrar do local atravessado pela bala, empapando as minhas vestes, escorrendo pelo meu peito. Só pensava nos meus ente-queridos. Não queria que eles sofressem, mas decerto que aquela morte deixaria os meus familiares inquietos e inseguros.
- Nora… - sussurrei, sem forças, queria também chamar pelo nome da minha amada, mas a garganta encontrava-se demasiado seca e a vida fugia-me por entre os dedos.
Acordei ofegante, novamente no quarto. Mickael, encontrava-se ainda ao meu lado, continuando a beijar-me. Ao aperceber-se de que acordara afastou-se.
- Não conheci reconhecer o rosto do assassino… - lamentou – Acho que as memórias que conseguiste preservar ficaram intactas devido à tua relação com o anjo caído… talvez ele sirva para alguma coisa… O melhor mesmo é não te deixar sozinha… Lembra-te não podes confiar em ninguém… - o seu semblante mostrava preocupação, depois sorriu e transformou-se num esboço alegre – Prepara-te para me receberes em tua casa.
- O quê? – balbuciei.
Aqui vai um novo capítulo da Fic. Se tiverem sugestões para um nome basta enviar um mail para o email do blogue.
Capitulo 5 – Hóspede
I parte
O perfume de floresta entranhava-se no meu nariz, fazendo que acordasse, mesmo assim permaneci de olhos fechados, tentando perceber se estava a sonhar. Se o amor que sabia agora me pertencer era verdadeiro ou apenas um simples truque de uma mente desprovida de sentimentos, esperando que algo tão belo lhe toque o coração.
Poderia continuar assim, pressa aos meus pensamentos, vagueando pelos meus sentimentos, até perceber finalmente o que se passava, mas as mãos que me acariciavam as faces e afagavam o cabelo obrigaram-me a abrir os olhos.
Lentamente, as pesadas pálpebras, ergueram-se mostrando-me, no início, um pouco da imagem desfocada, que rapidamente me revelava as belas feições de um rapaz. Os seus caracóis negros, emoldaram um belo sorriso, não sedutor, apenas quente, até mesmo infantil e muito amoroso, a sua mão, que antes pousava no meu rosto, encaminhava-se para a minha mão, agarrando-a.
Demorei apenas um fração de segundos para que recordasse todo o que acontecera. As memórias, das últimas vinte e quatro horas, surgiam claramente na minha mente.
Os meus lábios, numa tentativa fracassada, quiseram mexer-se, mas o indicador do rapaz que me acompanhava impediu que o fizesse.
- Não te forces, meu Anjo… - pediu, docemente- a rainha dos arcanjos exerceu demasiado poder… Eu tinha de impedi-la, mas mesmo assim não fui capaz de quebrar…
«Não te martirizes … tu nada poderias ter feito…» sussurrei no sua mente.
As suas mãos agarraram o meu rosto, comprimindo-o com delicadeza. Encarou-me, os seus olhos negros, estavam baços, revelando que a tristeza tomara conta deles, mas agora começavam a brilhar. O sentimento de culpa que o atacava desanuviou-se. Inclinou o seu rosto sobre o meu, sem deixar que a nossa ligação ocular fosse quebrada. O seu nariz roçou o meu criando um calor intenso em mim. Sentia a sua respiração pesada, não de medo, mas de um sentimento incontrolável que tentava manter dominado, o seu perfume viajava pelo meu olfacto, transportando consigo um sentimento de nostalgia. Queria beija-lo. Sem pensar colei os meus lábios nos seus, um calor electrizante percorreu todo o meu âmago, a minha boca abriu-se para receber a sua essência, a energia daquele contacto deslizou-me pela garganta, explodindo no meu estômago. Percorri os seus cabelos negros, com os dedos, mesmo não recordando tudo, sabia que o que sentia por ele era verdadeiro e aquele momento também. Era algo pelo qual os dois esperávamos sem demora, mesmo que no meu caso fosse inconsciente.
O chiar das dobradiças da porta daquela divisão, fez com que o nosso momento mágico fosse quebrado. Uma rapariga, que segundos depois identifiquei como sendo Miriam, seguia um rapaz belo, de uma farta cabeleira loira e encaracolada, e uns profundos, doces e sedutores olhos azuis. Patch afastou-se, tomando a sua posição inicial.
- Como te sentes? – inquiriu Miriam preocupada.
- Bem… – a minha voz saiu mais rouca do que alguma vez a ouvira, Patch tinha razão, não me devia forçar.
- Peço desculpa, em nome da minha rainha – proferiu o rapaz. A sua voz profunda acalmou a dor que o beijo de Patch conseguira apagar, totalmente – Devo dizer que mesmo com tanta energia gasta, as informações necessárias continuam apagadas. Tudo o que se conseguiu recolher foram meros fragmentos da sua relação com o anjo caído – dirigiu-se a Patch com desprezo- tudo o resto já é nosso conhecido. A meu ver, a conexão com o demónio ainda não foi desfeita, receio que terei de intervir.
-Demónio? – sussurrei assustada. Onde é que a minha vida irá parar?
II parte
Patch abanava a cabeça em forma de desaprovação, decerto não concordava com o que o rapaz dissera, mas nada parecia poder dizer ou fazer, deixou-se ficar imóvel, sentado na cadeira. Miriam observava-me com uma centelha de preocupação no olhar. Ao reparar que a encarava, sorriu-me. Não era o sorriso divertido que lhe vira quando a conhecera, era um sorriso plástico, forçado, tentando ao máximo tranquilizar-me. Mas o feito fora o contrário. Estava ainda mais assustada, com aquilo que me disseram. O facto de ter perdido a memória e possuir uma ligação com um suposto demónio. Já para não falar que os anjos e os demónios existiam, e sabe-se lá mais o quê… Estava a entrar em completo curto-circuito, quando a voz do rapaz ecoou na divisão.
- Tão certo é existirem anjos como demónios. Somos forças que se equilibram uma com a outra. Ao contrário do que os… - parou um segundo para pensar no que chamaria à minha espécie- … humanos – decerto que nos chamaria de mortais idiotas que só fazem merda, ou melhor blasfemos nojentos que pensam que são o centro do mundo. Mesmo que aparentasse ser muito angelical, a maneira como pronunciara a palavra “humanos”, refletia todo aquilo que ele pensava- pensem ou digam de não passem de mero mito, nós existimos! Somos tão reais como tu, como os animais que o nosso deus criou…
Miriam tossicou, talvez para aclarar a garganta ou até mesmo para deixar a conversa por ali. Patch continuava a observar-me, desviando o máximo possível o olhar do rapaz.
- Devo informar que de agora em diante, visto que é um caso excecional, eu serei o vosso protetor – informou.
- O quê? – exaltou-se Patch, o ódio parecia começar a consumir-lhe o olhar. Numa tentativa de o acalmar, agarrei-lhe a mão com força – Ela não precisa da tua proteção. Eu…
- Tu o quê? Não passas de um reles anjo caído. Que podes tu fazer? Não passas de um insecto que eu posso esmagar a qualquer hora. Ela é demasiado importante para que seja deixada às mãos de um…
- As mãos de um quê? – a fúria estalou finalmente entra eles, o meu amado levantara-se, tentando mostrar que era bem capaz de tal tarefa. Eu continuava deitada, sem sequer conseguir mexer-me, tentando encontrar uma forma para eles parassem com aquele briga idiota.
- Parem!- vociferou Miriam, que até então permaneci tão imóvel quanto eu – Desculpe-me senhor – pediu ao rapaz loiro – pelos actos dele, eu responsabilizo-me pela sua afronta.
Patch estava deveras fulo, mas nada disse, sentou-se sem protestar, enquanto fulminava o outro com o olhar. Já o outro rapaz, não pareceu importar-se continuava no seu pedestal, olhando-nos lá de cima.
- Como eu dissera, fui designada como seu anjo protector… - começou – Tenho o prazer de proteger tão bela dama. Seria rude se não me apresentasse. Sou Mickael, príncipe dos Arcanjos e agora seu protector…
Estava de queixo caído. Mas Patch estava mais furioso do que alguma vez vira.
III parte
Ok, os anjos existem, mesmo… tal como os anjos caídos, e os demónios… E agora eu tinha um anjo protector, ou seja uma espécie de anjo da guarda… Porque eu corro perigo… e tenho uma suposta ligação com um demónio… e as minhas memórias foram apagadas, algo deveras importante para os arcanjos…
Se me dissessem tudo isto, eu provavelmente iria pensar que a pessoa era uma alucinada mental ou que estava a gozar com a minha cara. Mas não, era verdade.
A atmosfera de tensão continuava a pairar sobre nós. Patch fulminava Mickael com o olhar e este apenas o ignorava. Miriam continuava ali, tentando transmitir-me o máximo de conforto e tranquilidade e eu, como que presa àquela cama, de maravilhosos lençóis de seda negra.
- Agora que já se encontram a par das ocorrências, peço-te que saias – o loiro não pedia, simplesmente ordenava.
Miriam abriu a porta imediatamente e saiu, já Patch barafustou algo, beijou-me ternamente e saiu. Aquele beijo propagou energia por todo o meio o corpo, que fez com que me revigorasse.
Estava presa nos meus pensamentos que nem mesmo notei que Mickael se sentara na cadeira que Patch outrora ocupara e observava-me fixamente.
- Não sei o que vês nele – já não utilizava aquele tom de voz autoritário, era apenas… doce.
- Eu…
- Não precisas de explicar… - suspirou – mas devo informar-te que ele cometeu algo de muito errado… Algo imperdoável… De qualquer modo, agora terás de levar comigo, durante uns tempos… – brincou, soltando uma gargalhada quente e agradável – Mas preciso de entrar na tua mente, se me deixares é claro, segundo as regras do anjos, eu não posso faze-lo sem que o humano em causa autorize.
- É claro… acho eu… - respondi confusa.
Sem qualquer demora, aproximou a sua face da minha, comprimiu-a com as suas mãos firmes e suaves. Conseguia ouvir a sua respiração. Não era ofegante como a de Patch, esta
encontrava-se muito controlada. Os seus olhos fincaram os meus, aquele azul era tão profundo como o negro de Patch, mas este era mais frio, sem sentimentos. Viajava por aquele azul, enquanto os seus lábios rasgavam a minha boca.
Viajei, então por memórias passadas, que se projetavam na minha mente como flashes acelerados. Não era doloroso como fora a experiencia com a mulher de olhar violeta, era simplesmente nostálgico e muito triste.
Na grande maioria das memórias, encontrava-me com Patch, noutras com Vee e ainda com a minha mãe. Mas aquela, do meu pai era diferente. Este, encontrava-se sentado no cadeirão vermelho da grande sala de estar, bebericando o seu chocolate quente, enquanto lia o seu jornal diário. A minha mãe, sentada no sofá observava-o, com um olhar de uma jovem apaixonada e sonhadora, já eu, encontrava-me colada ao televisor, vendo um talk show idiota qualquer.
Tudo parecia perfeito, até que o riso histérico e maligno de alguém destorceu aquela realidade. Tudo ficou negro, sem vida. Uma lágrima correu pelo rosto do meu pai. Fui transportada para outra visão. Já não era apenas uma observadora, como nas outras visões, estava dentro de alguém, presenciando o alguém sentia.
A rua estava vazia, sem vivalma, apenas os meus passos ecoavam na noite sem estrelas. A lua observava-me, pálida, sorrindo para mim. Suspirei, um sentimento de terror percorreu a minha espinha, erriçando os pelos de todo o meu corpo. Pressenti a sua presença, sabia que estava ali, bem atrás de mim. Virei-me para confrontar a criatura. Esta lançou-me um sorriso de escarnio, levou a mão ao bolso, retirando um pequeno revolver branco, com punho de marfim. Queria fugir mas as minhas pernas estavam demasiado pesadas para que conseguisse fazê-lo, os meus pés pareciam estar presos ao chão e o tempo, esse parecia encontrar-se em camara lenta.
Apertou o gatilho, uma bala rápida perfurou o meu corpo, como se nada fosse. Senti-me a queimar por dentro, como se aquele metal contivesse algo que me afectava, e muito. O sangue começou a jorrar do local atravessado pela bala, empapando as minhas vestes, escorrendo pelo meu peito. Só pensava nos meus ente-queridos. Não queria que eles sofressem, mas decerto que aquela morte deixaria os meus familiares inquietos e inseguros.
- Nora… - sussurrei, sem forças, queria também chamar pelo nome da minha amada, mas a garganta encontrava-se demasiado seca e a vida fugia-me por entre os dedos.
Acordei ofegante, novamente no quarto. Mickael, encontrava-se ainda ao meu lado, continuando a beijar-me. Ao aperceber-se de que acordara afastou-se.
- Não conheci reconhecer o rosto do assassino… - lamentou – Acho que as memórias que conseguiste preservar ficaram intactas devido à tua relação com o anjo caído… talvez ele sirva para alguma coisa… O melhor mesmo é não te deixar sozinha… Lembra-te não podes confiar em ninguém… - o seu semblante mostrava preocupação, depois sorriu e transformou-se num esboço alegre – Prepara-te para me receberes em tua casa.
- O quê? – balbuciei.
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